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Décima dos Potreadores

César Oliveira e Rogério Melo

Enquanto o mundo for mundo
E um potro arrastar o toso
Se "orquetá" num cusquilhoso
Será ginete constância
E na mangueira das estâncias
A formar a cavalhada
Haverá uma reservada
Para que alguém prove o tranco
E há de estar um MINGA BLANCO
P`ra topar essa bolada.

Filósofo de à cavalo
SARAGOZA - um cruzador
Esse platino condor
Que tempo adentro revoa
E a sua fama encordoa
Para amansar os anseios
Socando bocal e freios
Nas esperanças potreadas
No seu reino das estradas
Sobre o trono dos arreios.

"Sid" VIGIL - potreador
Por todo pago que ande
Ginete do meu Rio Grande
Raiz de pátria e querência
Largando sua descendência
Sobre petiços d`em pêlo
É um gauchaço modelo
Grudado em lombos de potros
E mesmo que surjam outros
Servirá qual um sinuelo.

Dom RAUL BELICIARTU
Irmão de pátria parceira
Que atravessou a fronteira
Trazendo potros por diante
Um ginetaço - um andante
Amanuciando as distâncias
Domando léguas de ânsias
Repassa sonhos bolidos
E galopeia os sentidos
No varzedo das estância.

ALMEIDA - melena branca
Centauro nesta fronteira
No laço e na boleadeira
Traz maçarocas de crina
É um cacique na campina
Com "lunarejos" de "allá"
O rancho de lado de cá
A divisa - um fio de lombo
E as esporas que é um assombro
Nos costilhar do Aceguá.

JARDIM, SILVA E ALBERDANHA
E outros que omiti
Me perdoem, porque aqui
O tempo se pára escasso
Já na presilha do laço
O verso é tropa - se afina
Já rebentou toda crina
E falta força na perna
É a lei que nos governa
O que começa, termina.

espera

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