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Ritual de Tropa Larga

César Oliveira e Rogério Melo

Poncho emalado nos tentos
E um aba larga pra o tempo
Se acaso se preparar.
Me ajeito e largo de novo
Levando um gado pra o povo,
Oito ou dez dias to lá.

Capataz dessa grongueira
Me disse que é de primeira
E um bagual posso levar.
Peão de tropa ganha pouco,
Dom "ildo" e o "vandico" louco
Me ajudam a galopear.

Já na primeira sesteada
Se me tocar a cameada
Fica facil de ajeitar
Passo na venda do "ignacio"
Troco o pelego e o espinhaço
Pra os "vicio" não me faltar.

Me batizei numa ronda
Em noites de temporal,
Tendo por padrinho o vento
Agitando o macegal,
E um cincerro tagarela
Enfeitava noites belas
Como um sino em catedral.

Só quem se criou na estrada
Rondando estas tropas largas
No fundo de um corredor.
Com toda eguada por diante
Dois torenas se garantem
De fazer um bom fiador.

Ritual de tropas largas
Parceiros das madrugadas
Sina tropeira de andar.
Um rei me sinto montado
E o lombo do meu cavalo
Pra mim é o mais santo altar.

espera

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